segunda-feira, 8 de julho de 2013

Resenha: Fahrenheit 451

Vou escrever agora sobre um livro lido há uns três meses atrás, mas muito bom: Fahrenheit 451, do escritor americano Ray Bradbury. Clássico da ficção científica internacional, Fahrenheit consegue, com uma história de 60 anos atrás, se mostrar atual e contemporâneo, como toda boa ficção científica deve ser. Leitura obrigatória para fãs do gênero.
  

O distinto e curioso Ray Bradbury

Publicado em 1953, Fahrenheit traz uma sociedade onde os livros são proibidos de serem lidos. Veja bem, você pode até ter livros em casa, só não pode lê-los(!). Dentro dessa sociedade distópica, onde televisões podem ocupar um cômodo inteiro, e as pessoas têm famílias dentro delas, nós acompanhamos a história de Guy Montague, um bombeiro feliz com o seu trabalho de queimar livros. Isso mesmo, dentro dessa sociedade, os bombeiros colocam fogo nos livros. O que acontece é que motivado por uma nova vizinha, Guy começa a pensar um pouco mais no mundo em que vive, no seu trabalho e nessa proibição a que está sujeito.
E a história nos leva a uma série de pensamentos, epifanias, e reflexões sobre como o poder do estado, a capacidade alienante da mídia, e do fato de que de fato, vivemos hoje em um momento em que a literatura perde muito espaço para a televisão e outras formas de mídia visual.

Escrito de uma forma complexa, justamente por mexer com conceitos, ideias e pensamentos, o livro requer atenção e não é uma leitura fácil. Mesmo assim, com um pouco de foco, você lê o livro em uma tarde, sem problemas. É uma leitura acessível, desde que você se dedique um pouquinho e se proponha a pensar no que o livro está falando.

Fahrenheit 451 aborda não só a importância dos livros na nossa sociedade, mas da disseminação da cultura da necessidade de espalhar conhecimento. Uma sociedade baseada no pão e circo está fadada a ignorância e consequente manipulação dos que com certeza leem muito.

Esse é um livro de ideias não apenas de história. As transformações que Montague passa, e as reflexões dele sob a sociedade em que vivem se refletem também no leitor, do lado de fora do livro. E você sai definitivamente mudado, dessa experiência. Ótimo material, me deixou pasmo com algumas coisas, e conseguiu prender bem a minha atenção. Grande clássico. 10 de 10.

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