sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Confuso(?)

Muito trabalho, preparação adequada, incentivos,
Aumenta o fluxo, vem a segurança, o júbilo e a explosão.
Um instinto animal se instala e a tendência é a queda, a perda de controle do que antes parecia triunfante.
Ele parece querer se reerguer, mas no momento tem que lidar com um momento de depressão causado pelo movimento intenso.
Malditas contas.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Noite passageira

Fecha os olhos, mas não dorme. A parede continua escura, e ele estica a mão para ver se ainda está lá.
No pensamento, um turbilhão de coisas. Histórias da sua cabeça, suposições de futuros, hipóteses malucas e teorias descabidas. Definitivamente ele não vai dormir tão cedo. Tenta virar de lado, pensar em alguma coisa diferente, desanuviar a cabeça. Mas de alguma forma a lucidez se prende ao seu cérebro. Resolve comer alguma coisa. No caminho para a cozinha, se pesa na balança. Engordou um quilo, devia ter economizado o dinheiro daquela pizza. Enquanto pensa no que fará quando na manhã seguinte, resolve que é melhor tentar dormir logo para não acordar tão tarde. Melhor esquecer.

Enquanto amanhece, se vê deslumbrado com a possibilidade de viajar, e decide de uma vez por todas: Vai ser mais responsável, arranjar um emprego, e economizar. Trinta minutos tentando não pensar em nada, e ele pensa que já deve estar amanhecendo. 3h30, que droga!

Resolve que o melhor é ler, porque inevitavelmente o sono virá. Mas que livro! Realmente está na hora de dormir. A janela começa a clarear um pouco, ainda os primeiros raios de sol, trazendo um azul escuro ainda. Aí os problemas se acumulam, pois o sono prolongado, agora, é inevitável. Maldita noite!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Resenha: Fahrenheit 451

Vou escrever agora sobre um livro lido há uns três meses atrás, mas muito bom: Fahrenheit 451, do escritor americano Ray Bradbury. Clássico da ficção científica internacional, Fahrenheit consegue, com uma história de 60 anos atrás, se mostrar atual e contemporâneo, como toda boa ficção científica deve ser. Leitura obrigatória para fãs do gênero.
  

O distinto e curioso Ray Bradbury

Publicado em 1953, Fahrenheit traz uma sociedade onde os livros são proibidos de serem lidos. Veja bem, você pode até ter livros em casa, só não pode lê-los(!). Dentro dessa sociedade distópica, onde televisões podem ocupar um cômodo inteiro, e as pessoas têm famílias dentro delas, nós acompanhamos a história de Guy Montague, um bombeiro feliz com o seu trabalho de queimar livros. Isso mesmo, dentro dessa sociedade, os bombeiros colocam fogo nos livros. O que acontece é que motivado por uma nova vizinha, Guy começa a pensar um pouco mais no mundo em que vive, no seu trabalho e nessa proibição a que está sujeito.
E a história nos leva a uma série de pensamentos, epifanias, e reflexões sobre como o poder do estado, a capacidade alienante da mídia, e do fato de que de fato, vivemos hoje em um momento em que a literatura perde muito espaço para a televisão e outras formas de mídia visual.

Escrito de uma forma complexa, justamente por mexer com conceitos, ideias e pensamentos, o livro requer atenção e não é uma leitura fácil. Mesmo assim, com um pouco de foco, você lê o livro em uma tarde, sem problemas. É uma leitura acessível, desde que você se dedique um pouquinho e se proponha a pensar no que o livro está falando.

Fahrenheit 451 aborda não só a importância dos livros na nossa sociedade, mas da disseminação da cultura da necessidade de espalhar conhecimento. Uma sociedade baseada no pão e circo está fadada a ignorância e consequente manipulação dos que com certeza leem muito.

Esse é um livro de ideias não apenas de história. As transformações que Montague passa, e as reflexões dele sob a sociedade em que vivem se refletem também no leitor, do lado de fora do livro. E você sai definitivamente mudado, dessa experiência. Ótimo material, me deixou pasmo com algumas coisas, e conseguiu prender bem a minha atenção. Grande clássico. 10 de 10.

Resenha: As Crônicas do Gelo e Fogo

As Crônicas do Gelo e Fogo. O que falar dessa série de livros tão cultuada, que chegou ao Brasil a relativamente pouco tempo, e se tornou sucesso absoluto tanto na literatura quanto na televisão?  Vou tentar nesse mesmo post, falar um pouco sobre todos os (até agora) cinco livros publicados aqui no Brasil pela editora Leya e escrito pelo americano George R. R. Martin.

O muito saudável George R. R. Martin

Quando As Crônicas do Gelo e Fogo chegaram no Brasil provocando burburinho, eu mesmo fui um dos que foi pego de jeito pelo hype. Comecei a assistir a série (excelente, aliás) da HBO, quase ao mesmo tempo em que comecei a minha leitura. Composta por sete livros, dois ainda não lançados, as Crônicas do Gelo e Fogo contam a história de uma terra fictícia, em uma realidade medieval, onde as estações do ano são malucas e tudo pode acontecer na luta pelo trono de Westeros.

Alguns personagens apresentados são incríveis, cativantes, coerentes dentro da sua personalidade, enfim, complexos. Não só personagens como Eddard Stark, Jon Snow, Arya Stark, Tyrion Lannister, como Cersei Lannister, Petyr Baelish e Sam Tarly. Ao longo dos livros, nós somos apresentados a pessoas das mais diversas índoles, motivações e ações, o que nos cativa mais ainda para continuar lendo. Quem nunca precisava dormir, viu que o próximo capítulo era de um personagem interessante e se forçou mais um pouquinho?


 O enigmático e inteligente Tyrion Lannister

  A falta de um protagonista, aliás, não prejudica em nada a história. Se no primeiro livro muitos consideravam Eddard Stark o principal, antes do final do volume George Martin te ensina a não se apegar muito a nenhum personagem específico. Acima de tudo, o maniqueísmo passa longe da obra. Qualquer personagem pode fazer qualquer tipo de ato, certo ou errado, mas nenhum deixa de ser coerente dentro da sua própria lógica, o que é absolutamente fascinante.

Além disso, o protagonista dos livros é rico, duro e intrigante: a terra de Westeros. Diferente de outras fantasias medievais, o continente parece ter vida própria, com mudanças de humor baseadas nas estações do ano e uma capacidade de atrair problemas sem igual. Cada uma das sete famílias principais representa uma faceta da terra: Os Starks representam a dureza do inverno impiedoso; os Lannister são a riqueza do ouro; os Baratheon a capacidade de mudar de humor rapidamente (o que acontece no livro); os Tyrell, a fertilidade da terra; os Martell mostram o sol ardoroso; Arryn representam a honra e nobreza; e os Tully representam a importância que a água tem para o continente, não só os rios (e o tridente particularmente), mas os mares também, a meu ver. Pode até ser loucura, mas Westeros tem um pouco de tudo isso.
Em relação aos livros, não entrarei profundamente na história, mas tentarei falar pontos positivos e negativos de cada um.



A Guerra dos Tronos – Livro 1
Ótimo livro. Introduz muito bem o universo e consegue fisgar o leitor desde o primeiro momento. Excelente escrita, traz até uma ingenuidade, de certa forma. No final começa a apresentar certo cinismo que será tão presente nas próximas obras. Grande livro, de qualquer forma. Quem lê até o final fica maluco querendo saber o que acontece! 10 de 10.






A Fúria dos Reis – Livro 2
Começa muito bem, mas alguns núcleos já se tornam mais chatos, particularmente aqueles envolvendo Daenerys. Se no primeiro livro o núcleo dela era interessante e movimentado, aqui parece que está sempre rodando sem sair do lugar. Mas a leitura ainda é muito interessante, e consegue te prender para o terceiro. 8 de 10.







A Tormenta de Espadas – Livro 3
O melhor de todos. Movimentado, com plot twists de cair o queixo, alguns personagens crescem magistralmente, como Jon Snow, Jaime e Tyrion Lannister, e até o núcleo Targaryen volta a ficar interessante, ainda que não seja o principal da história. De qualquer forma é incrível. Chorei de emoção no momento da morte de certo personagem (você não sabe nada Jon Snow!). 11 de 10.




O Festim dos Corvos – Livro 4
Um pouco pior do que o terceiro, mas ainda um bom livro. Menos movimentado talvez, mas essa sensação provavelmente se deve ao fato de o terceiro ser movimentado DEMAIS! Pega de jeito, contudo. Bem-vindos finalmente ao jogo dos tronos, Greyjoy. Te deixa curioso para saber o que acontecerá no último, porque aqui a história se divide, e nós acompanhamos somente alguns personagens. Outros serão apresentados somente no próximo volume, mas durante o mesmo período. 9 de 10.




A Dança dos Dragões – Livro 5
Fechando muito bem a história até aqui, alguns arcos já começam a mostrar os seus finais ao horizonte. Apesar de alguns personagens permanecerem com o destino incerto, já é possível ver para que lado a história se direciona... Ou não! Com a imprevisibilidade de Martin é possível que nada seja o que parece! 10 de 10.





Enfim, os livros valem muito a pena. Para essas férias de julho, eu recomendo agressivamente. Já li várias teorias na internet sobre uma série de personagens, algumas bem criativas até. Achei todos os livros bons, mas acho que eles partilham de um problema sério: o excesso. É óbvio que Martin está tentando enrolar em vários momentos, tornando a leitura por vezes chata, e alongando histórias desinteressantes, ou que não levam a lugar nenhum. O que ele fez com o Cão de Caça foi um absurdo, na minha modesta opinião.


Comparado por muitos ao Senhor dos Anéis, as Crônicas do Gelo e Fogo merecem todo o crédito, mas calma, não é para tanto. O Senhor dos Anéis é melhor, na minha opinião, mas isso não tira nem um pouco a qualidade exibida nesses livros. Vamos torcer agora para que o saudável George R. R. Martin (com seus 64 anos!) consiga concluir o seu épico, que com certeza já está incorporado aos clássicos da literatura. 10 de 10 para a saga!

Perdão pela ausência!

A qualquer um que vier a ler isso: perdão pelo meu início maluco! me propus a resenhar um livro por semana, escrevi um e passei meses sem nada! Mas agora prometo que escreverei aqui sempre. Não escrevi, mas li vários livros, de forma que tenho vários posts prontos para serem escritos. Vamos com fé, que agora eu não paro mais!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Resenha: Filhos do Fim do Mundo

Minha primeira postagem no blog não será o primeiro livro que eu li esse ano, nem o primeiro depois que eu criei isso aqui, mas o primeiro que eu li depois de ter essa ideia: o livro Filhos do Fim do Mundo, do autor brasileiro Fábio Barreto, publicado pelo selo Fantasy da editora Leya.

Fábio Barreto, autor do livro

Conheci o Barretão no Rapaduracast, assim como um monte de gente, tenho certeza, e sempre fui muito fã dele, de forma que estava ansioso para ler esse livro! A proposta é no mínimo diferente, ainda que as comparações com Filhos da Esperança (2006), filme do diretor Alfonso Cuarón em que as mulheres não conseguem mais engravidar, criando um futuro distópico em que se desenvolve a história.


Na história de Barreto, contudo, o que acontece é que literalmente do dia para a noite, todas as crianças com menos de um ano morrem, e todas as que nascem daí em diante perecem imediatamente após o parto. Animais, plantas e insetos seguem o mesmo padrão. O que se segue, como podemos deduzir a partir do sugestivo título, é basicamente o descarrilamento da sociedade e a tentativa das autoridades de manter a civilização diante da extinção iminente não só da raça humana, como de todas as formas de vida do mundo.Mas eu não vou ficar contando a história do livro, porque nada a ver.


Uma premissa interessante, um autor que sempre me identifiquei e várias opiniões positivas surgindo pela internet, me levaram a uma expectativa que talvez tenha sido muito grande. Não se engane, o livro é bom, interessante, mas eu esperava mais. Mesmo assim, não teria dúvida antes de indicar essa leitura para qualquer amigo.

Em relação aos pontos positivos:

1- Os personagens principais, de uma forma ou de outra, são bem definidos. De fato as motivações e os receios de cada um foi bem estabelecido, e você sabe como cada personagem vai agir, entende como cada um funciona, e isso é louvável,

2- Alguns diálogos realmente interessantes, e mesmo monólogos do Repórter. A leitura realmente te faz ir além, te faz pensar nas suas crenças, nas suas atitudes e na sua motivação, no seu mundo. O livro propõe, levanta, discute, não se fecha em si mesmo. Ótimo.

3- Um fake plot twist no meio do livro que me deixou completamente MALUCO! Me arrepiei absurdamente nessa parte, diante dessa possibilidade! Quem leu o livro sabe do que estou falado ;)

4- O livro é lindo, lindo mesmo. A Casa da Palavra está de parabéns, porque esse é um produto bem diagramado, com uma capa linda, e muito agradável de se ler. Livro-arte.

5- Final ousado, o tipo de final que eu gosto. Gostei da referência que eu acho que vi, e gostei do que aconteceu. Senti o peso dos acontecimentos naquele momento, diferente de outras partes, como escrevo abaixo.

O livro tem alguns problemas ao meu ver:

1- Os acontecimentos são, na minha muitíssima humilde opinião, muito exagerados. Eu realmente não consigo ver como em TRÊS dias, a humanidade conseguiria cagar tudo daquela forma. Desculpa, mas não acredito mesmo. Esse tipo de problema requer um apocalipse gradual, na minha opinião, não instantâneo, e acho que o Barretão exagerou nessa dose.

2- Muita gente elogiou o fato de os personagens e locais presentes na história não terem nome e serem tratados principalmente pela sua função, como o Repórter, a Esposa, o Padre, o Governador. Eu contudo não achei isso tão bom, e explico o porque. Eu acho esse um artifício interessante e útil em um universo relativamente pequeno de personagens, como no excelente filme (e livro) A Estrada, onde acompanhamos somente o pai e o filho, ou  mesmo no livro mais famoso a utilizar esse artifício, Ensaio Sobre a Cegueira, que nunca li, mas já vi o filme e, lá pelo menos, funciona bem e é natural, coerente, orgânico. Neste livro, esse artifício me parece forçado. Que nós os vejamos assim, é uma coisa. Que TODOS os personagens se refiram um ao outro dessa forma não me parece muito orgânico. 

3- A falta de descrição prejudica o livro. Claro que não precisa ser nada em nível Tolkieniano, mas houveram momentos em que eu estava absolutamente tranquilo e de repente percebi que a cena descrita no livro deveria ser emocionante. Infelizmente a falta de descrição realmente não conseguiu passar isso, o que é uma pena.

Mas fora isso, o livro é muito bom. Achei o final ousado e com uma referência interessante, algo de se esperar de uma fã de ficção científica como o Barretão. Enfim, Recomendo a todos. Nota 8 de 10, belo livro, bela leitura, que me pegou com expectativas muito altas, mas entrega uma boa história!


por Yuri Rebêlo.

Blog novo!

Então, quem estiver lendo isso, é o seguinte: A proposta desse blog é bem simples, rápida, fácil e direta: ler e resenhar um livro por semana, PELO MENOS até o fim do ano. Tô me esforçando já para a tarefa, e espero cumpri-la com sucesso!

Falando sobre mim, acho que basta saber que eu sempre adorei ler! Sou louco por Agatha Christhie (e quem não é?), e mais recentemente entrei de cabeça na literatura histórica com Bernard Cornwell! Também já li de Tolkien, Simenon, Rendell, Rowling, Sheldon, e um monte de coisa! Acho que isso diz mais do que o necessário para começar o blog. Para o eu do futuro que estiver lendo isso:

 Divirta-se!

Yuri Rebêlo